O instrutor de voo Sérgio Manoel da Silva foi indiciado pela morte do piloto e empresário Philip Haegler, ocorrida em 20 de novembro, em São Conrado. O inquérito foi concluído pela 15ª DP e enviado ao Ministério Público. Segundo a polícia, Silva admitiu ter se distraído enquanto ajudava o aluno durante o voo de asa-delta.
O instrutor relatou que desviou o olhar por cerca de três segundos para soltar a perneira do aluno. Quando voltou a observar o trajeto, já estava diante do parapente conduzido por Haegler, bicampeão brasileiro e referência no voo livre. Ele afirmou ter tentado subir o equipamento para evitar o impacto, mas não conseguiu impedir a colisão.
Imagens anexadas ao inquérito mostram o momento exato da batida no ar. A gravação registra a asa-delta de Silva atingindo a lateral direita do parapente de Haegler, que voava no sentido contrário sobre a Praia de São Conrado. Após o choque, a vítima perdeu o controle do parapente e caiu sobre a cobertura de um prédio na orla.
O acidente ocorreu na Avenida Prefeito Mendes de Morais, na altura do número 1.500. Haegler foi socorrido pelos bombeiros e levado em estado gravíssimo ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Apesar do atendimento imediato, ele não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois de chegar à unidade.
Philip Haegler tinha 59 anos e era considerado um dos nomes mais importantes do voo livre no país. Bicampeão nacional de asa-delta, também presidiu a Confederação Brasileira de Voo Livre. O Clube São Conrado de Voo Livre afirmou, em nota, que o piloto era uma referência na segurança e no desenvolvimento do esporte.
Após o caso, a Anac reforçou que o voo livre não exige habilitação do órgão, mas recomenda qualificação por associações da área. A agência ressaltou que se trata de um esporte de alto risco, dependente de condições específicas de clima e geografia. O Ministério Público decidirá se denunciará Sérgio Manoel da Silva à Justiça.






