A Enel informou neste sábado (13) que pretende restabelecer o fornecimento de energia elétrica para todos os clientes afetados em São Paulo apenas até o final deste domingo (14). A previsão foi comunicada pela concessionária à CNN Brasil, mesmo após uma decisão da Justiça paulista que determinou a retomada imediata do serviço em áreas atingidas pelo apagão.
Na determinação, a Justiça estabeleceu prazos claros: até quatro horas para a religação em unidades consideradas prioritárias, como hospitais e serviços essenciais, e até 12 horas para os demais consumidores da área de concessão.
O apagão foi causado pela passagem de um ciclone extratropical que atingiu o estado de São Paulo, com rajadas de vento próximas a 100 km/h. Nos dias 10 e 11, período mais crítico do evento climático, cerca de 2,2 milhões de clientes atendidos pela Enel chegaram a ficar sem energia elétrica, agravando uma situação já marcada por falhas recorrentes no fornecimento.
Na manhã deste sábado, o cenário ainda era preocupante em diversas regiões. Dados divulgados pela própria concessionária indicavam que mais de 448 mil clientes continuavam sem luz. O município de Embu-Guaçu estava entre os mais afetados, com aproximadamente 64% dos consumidores ainda sem eletricidade.
Ao fundamentar a decisão, a juíza Gisele Valle Monteiro da Rocha ressaltou que, embora eventos climáticos extremos possam provocar interrupções pontuais, cabe à concessionária manter estrutura, planejamento e contingência adequados para enfrentar esse tipo de situação. Segundo a magistrada, a repetição de falhas evidencia problemas na preparação da empresa.
“O histórico recente demonstra que a concessionária não aprendeu com os episódios anteriores nem dimensionou sua estrutura para o período crítico de chuvas e festas, quando a demanda por respostas rápidas é absolutamente previsível”, afirmou a juíza na decisão.
Em nota, a Enel declarou que ainda não havia sido formalmente intimada da ordem judicial, mas garantiu que mantém equipes atuando de forma contínua nas ruas. A empresa afirmou que “não foi intimada da decisão e segue trabalhando de maneira ininterrupta para restabelecer o fornecimento de energia ao restante da população que foi afetada pelo evento climático”.






