José Antonio Kast, do Partido Republicano, foi declarado presidente eleito do Chile neste domingo (14), ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais com 58,30% dos votos, com mais de 95% das urnas apuradas. Ele derrotou a candidata governista Jeannette Jara, do Partido Comunista do Chile, que obteve 41,70%.
A vitória torna Kast o presidente mais à direita do país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, encerrada há 35 anos. O novo governo, no entanto, deve enfrentar um cenário político desafiador, marcado por um Congresso sem maiorias definidas e por uma direita fragmentada.
Pouco após o anúncio do resultado, Jara reconheceu a derrota e parabenizou o adversário em uma publicação nas redes sociais. Ela afirmou que a democracia se manifestou de forma clara e desejou sucesso ao presidente eleito “para o bem do Chile”. O presidente do Partido Republicano, Arturo Squella, confirmou o contato entre os dois.
Segundo o Serviço Eleitoral chileno, mais de 15 milhões de eleitores estavam aptos a votar. Após a confirmação do resultado, apoiadores de Kast ocuparam as ruas para celebrar a vitória. O presidente eleito tomará posse em março, no Palácio La Moneda.
O atual presidente, Gabriel Boric, também telefonou para Kast e afirmou que estará à disposição para servir ao país durante a transição. Ele destacou que o futuro presidente enfrentará decisões difíceis ao longo do mandato.
Advogado de 59 anos, católico e pai de nove filhos, Kast defendeu durante a campanha uma agenda dura nas áreas de segurança pública e imigração. Entre as principais propostas estão a deportação de imigrantes em situação irregular, o endurecimento do combate à criminalidade e a construção de um muro na fronteira com a Bolívia.
Apesar da vitória expressiva, a governabilidade deve ser limitada pela composição do Congresso. As forças de direita conquistaram a maioria das cadeiras, mas estão divididas entre diferentes coalizões, o que pode dificultar a articulação política e a formação de um governo coeso.






