O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (15) um aceno público ao Congresso Nacional ao elogiar a atuação de deputados e senadores na condução de pautas consideradas estratégicas pelo Palácio do Planalto. A declaração foi dada em meio à última semana de votações antes do recesso parlamentar, período decisivo para a agenda econômica do governo.
O presidente discursou em evento promovido pela ApexBrasil. Na ocasião, Lula afirmou que, ao longo de seu mandato, a maior parte das propostas enviadas pelo Executivo avançou no Legislativo, ressaltando o papel do Congresso nesse processo.
Ao comentar a relação institucional com o Parlamento, Lula fez questão de sublinhar o comportamento dos congressistas nas matérias econômicas. “Na questão econômica, o Congresso foi muito correto neste tempo todo”, afirmou o presidente, em fala que sinaliza tentativa de reforçar a harmonia entre os Poderes em um momento sensível para o governo.
A avaliação positiva ocorre justamente quando o Executivo busca concluir a tramitação de projetos centrais antes do encerramento do ano legislativo, em um cenário de negociações intensas com as lideranças partidárias.
A agenda do Congresso prevê, entre quarta e quinta-feira, a análise do Orçamento de 2026, uma das votações mais relevantes para o planejamento fiscal do próximo ano. Também está na pauta a possível apreciação do projeto que regulamenta a reforma tributária, tema considerado prioritário pelo governo.
O parecer do relator da proposta, deputado Mauro Benevides (PT-CE), deve ser apresentado previamente aos líderes partidários, antes de seguir para votação em plenário.
Outra matéria em destaque é o projeto que altera o arcabouço fiscal para permitir a ampliação de gastos em saúde e educação. Relatado pelo líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), o texto prevê a exclusão do limite de despesas primárias dos gastos temporários nessas áreas, conforme estabelece a Lei nº 15.164, de 2025.
Já para terça-feira, está prevista a análise do projeto que trata do corte de benefícios fiscais, apontado pelo governo como fundamental para ampliar o espaço fiscal em 2026. O relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deve ser debatido previamente com os líderes.
Durante o mesmo evento, Lula reconheceu que a não aprovação de algumas pautas está relacionada a dificuldades de articulação política e a divergências ideológicas no Congresso. Ainda assim, minimizou os efeitos da derrubada de vetos presidenciais ao projeto de licenciamento ambiental.
Segundo o presidente, a decisão do Legislativo não traz prejuízos diretos ao governo, mas pode gerar impactos negativos para o setor empresarial, que tende a enfrentar maior insegurança diante das mudanças aprovadas.






