O jovem apontado como um dos autores do ataque a tiros que deixou pelo menos 15 mortos na praia de Bondi, em Sydney, acordou do coma e já está consciente no hospital. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (17) pela imprensa australiana, que afirma que Naveed Akram, de 24 anos, já consegue falar e está colaborando com investigadores, permanecendo sob custódia policial.
Naveed ficou gravemente ferido durante o ataque ocorrido no último domingo (15), após ser baleado pela polícia. O pai dele, Sajid Akram, de 50 anos, morreu no local. Segundo a polícia australiana, pai e filho agiram juntos no atentado, considerado um dos mais letais da história recente do país.
O ataque aconteceu em uma área bastante movimentada da praia de Bondi e causou pânico entre moradores e turistas. Além das 15 mortes confirmadas, incluindo uma menina de 10 anos, dezenas de pessoas ficaram feridas. De acordo com o balanço mais recente, 24 vítimas ainda permanecem internadas. Entre os mortos estão um rabino nascido no Reino Unido, um policial aposentado e um sobrevivente do Holocausto.
A investigação ganhou dimensão internacional após a confirmação de que Sajid e Naveed viajaram às Filipinas cerca de um mês antes do ataque. Autoridades de imigração em Manila informaram que Sajid entrou no país com passaporte indiano, enquanto o filho utilizou passaporte australiano. A polícia apura se a viagem teve relação com um possível treinamento de estilo militar.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, afirmou que há indícios de que o atentado foi motivado por ideologia ligada ao Estado Islâmico. Durante as buscas, a polícia encontrou bandeiras caseiras associadas ao grupo extremista e dispositivos explosivos improvisados em um veículo usado pelos atiradores, reforçando a suspeita de terrorismo.
As autoridades também investigam se a radicalização dos envolvidos poderia ter sido identificada previamente e se o ataque poderia ter sido evitado. Sajid Akram possuía porte legal de arma e mantinha seis armas de fogo registradas em seu nome. Naveed trabalhava como pedreiro e teria sido demitido dois meses antes do ataque após a falência da empresa onde atuava.
O caso reacendeu o debate sobre segurança pública e controle de armas na Austrália. O governo federal e a administração do estado de Nova Gales do Sul prometeram revisar e endurecer ainda mais a legislação, apesar de o país já contar com regras rigorosas desde o massacre de Port Arthur, em 1996.
Em meio à tragédia, um ato de coragem chamou atenção nacional. Um homem identificado como Ahmed al Ahmed, de 43 anos, entrou em luta corporal com um dos atiradores e conseguiu tomar sua arma. Ele foi elogiado publicamente pelo primeiro-ministro, que o chamou de “um verdadeiro herói australiano”.
Com Naveed Akram agora consciente, a polícia espera avançar na reconstrução dos fatos, esclarecer o papel da viagem internacional e identificar se houve apoio externo ou inspiração direta de redes extremistas.






