O secretário executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. Considerado o número dois da pasta, ele cumprirá prisão domiciliar por decisão judicial. A investigação apura um esquema de fraudes envolvendo descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Na mesma ação, a Polícia Federal prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que já estava preso desde setembro pelo mesmo esquema. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e ocorrem no mesmo dia em que a PF realiza buscas relacionadas ao senador Weverton Rocha (PDT-MA), apontado como figura central no avanço das investigações.
Adroaldo Portal integrava a cúpula do Ministério da Previdência desde a gestão de Carlos Lupi e foi mantido no cargo pelo atual ministro, Wolney Queiroz. A permanência no posto atravessou mudanças no comando da pasta, o que reforçou sua posição estratégica dentro do ministério.
Segundo a Polícia Federal, Portal é citado como tendo ligação com o senador Weverton Rocha. Os investigadores também destacam que o secretário recebeu em seu gabinete o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, personagem apontado como relevante no suposto esquema. A presença do lobista em dependências oficiais é tratada como um elemento importante para esclarecer a dinâmica da atuação do grupo investigado.
Em nota, a PF informou que a nova fase da Operação Sem Desconto busca aprofundar as apurações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação e dilapidação de patrimônio. A investigação apura se dados de aposentados e pensionistas foram manipulados para permitir descontos indevidos diretamente nos benefícios do INSS, gerando prejuízo financeiro a milhares de segurados.






