O Brasil recebeu, nesta quinta-feira (18), a certificação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reconhece a eliminação da transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública. O resultado consolida o país como o único de dimensão continental a alcançar de forma sustentada a meta de impedir a infecção de bebês pelo vírus.
A transmissão vertical acontece quando o HIV é passado da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Para obter o reconhecimento internacional, o Brasil manteve a taxa de transmissão abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças menor que 0,5 caso por mil nascidos vivos. O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem e oferta de tratamento para gestantes que vivem com HIV.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou a certificação como um marco histórico e destacou o papel do Sistema Único de Saúde. Segundo ele, o resultado é fruto da oferta gratuita da terapia antirretroviral e da consolidação de estratégias modernas de prevenção em todo o território nacional.
O diretor da OPAS/OMS, Jarbas Barbosa, ressaltou que o reconhecimento reflete anos de trabalho conjunto entre estados, municípios e o Ministério da Saúde, além da estrutura do SUS. De acordo com ele, a conquista reforça a importância das políticas públicas de acesso universal à saúde.
Paralelamente à certificação, dados recentes mostram uma queda de 13% nas mortes por aids entre 2023 e 2024, o menor índice registrado em mais de 30 anos. A redução está associada à ampliação da testagem, ao diagnóstico precoce e ao início rápido do tratamento, que também contribuem para impedir novas transmissões do vírus.






