A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) se posicionaram contra a possibilidade de flexibilização do limite de voos no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio. Para as entidades, a medida pode desequilibrar o sistema aeroportuário do estado e gerar prejuízos à economia fluminense.
O debate voltou à pauta após declarações do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que afirmou que o número de passageiros do Santos Dumont deve aumentar a partir de 2026. Segundo a Fecomércio, a ampliação do teto pode afetar setores estratégicos, como turismo, comércio e serviços.
Em nota, a Fecomércio-RJ defendeu a manutenção do limite atual de 6,5 milhões de passageiros por ano no Santos Dumont e afirmou que a regra foi definida com base em estudos técnicos. Para a entidade, qualquer mudança neste momento seria inoportuna e contrária ao interesse público.
Especialistas ouvidos pelas federações destacam que os aeroportos Santos Dumont e Galeão cumprem funções diferentes e complementares. Enquanto o primeiro tem vocação para voos domésticos de curta distância, o Galeão é apontado como o principal hub internacional do estado, com maior capacidade para receber passageiros e cargas.
Dados recentes reforçam esse argumento. Após a restrição de voos no Santos Dumont, o número de passageiros no aeroporto caiu pela metade, enquanto o movimento no Galeão mais que dobrou. Com isso, o total de passageiros nos aeroportos do Rio aumentou, passando de 17,7 milhões para 21,8 milhões em dois anos, segundo números da Infraero e da concessionária RioGaleão.
Para a Firjan, os resultados indicam que a atual divisão de voos tem contribuído para fortalecer a economia do estado, e qualquer mudança precisa ser avaliada com cautela pelo poder público.






