O calor intenso e o tempo firme levaram milhares de pessoas às praias do Rio de Janeiro. Apesar do movimento, nem todos os pontos da orla estão liberados para banho de mar.
De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), 15 trechos das praias da capital estão impróprios, principalmente em razão das chuvas fortes registradas no início de dezembro, que comprometeram temporariamente a qualidade da água.
O boletim mais recente do órgão aponta que Copacabana está entre os 26 pontos considerados próprios para banho no município. De modo geral, as praias entre o Leme e o Pontal permanecem liberadas. Em Paquetá, seis das nove praias monitoradas também apresentam condições adequadas de balneabilidade.
Praia da Glória
Um dos casos que mais chamam atenção é o da Praia da Glória, na Zona Sul. Após anos marcada pela poluição, o local voltou a receber banhistas em 2025 depois do desvio do esgoto para o interceptor oceânico. Mesmo assim, a praia aparece como imprópria nos boletins mais recentes.
Segundo o Inea, a Glória esteve própria para banho em 76% dos dias deste ano. Desde maio, as análises indicavam boas condições, mas as chuvas intensas de dezembro sobrecarregaram o sistema de esgotamento, permitindo o retorno de resíduos ao mar.
As três últimas coletas apresentaram resultados positivos, mas o protocolo exige quatro análises consecutivas dentro dos padrões para que a praia volte a ser oficialmente liberada.
“O grande volume de chuva acaba lavando a cidade. Essa água, ao chegar ao mar, pode provocar uma contaminação temporária”, explicou Gabriel Caetano, gerente de Análises Laboratoriais do Inea. A expectativa é que, sem novos temporais, a liberação ocorra nos próximos dias.
Situação semelhante foi registrada em trechos da Praia do Flamengo. O canto direito, próximo à foz do Rio Carioca, aparece como impróprio nos dois últimos boletins, após permanecer próprio desde abril. No acumulado do ano, o Flamengo apresentou 92% dos dias com condição adequada para banho, e o trecho em frente à Rua Corrêa Dutra segue liberado.
O Inea reforça a orientação para evitar o banho de mar nas 24 horas após chuvas, período em que há maior risco de contaminação por esgoto e outros poluentes. A população também é orientada a acompanhar os boletins semanais de balneabilidade divulgados nos canais oficiais do órgão.
Apesar dos impactos pontuais causados pelas chuvas, o instituto destaca que a qualidade da água das praias do Rio vem apresentando melhora gradual, especialmente na Baía de Guanabara, com monitoramento permanente em todo o litoral fluminense.






