O Rio de Janeiro recebe até 7 de julho, a Cúpula do Brics 2025, o mais importante encontro político e econômico do bloco neste ano. A cidade será palco de reuniões entre chefes de Estado, fóruns empresariais e encontros da sociedade civil, consolidando o papel do Brasil na liderança do grupo em 2025.
A cúpula ocorre sete meses após o G20 e reúne representantes dos 11 países membros permanentes do Brics — incluindo Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul — além de nações parceiras como Bolívia, Cuba e Vietnã.
O evento que acontece no Rio mobiliza uma complexa operação de segurança, com Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo Governo Federal, fechamento do aeroporto Santos Dumont e feriado municipal no dia 7.
A presidência do bloco neste ano está a cargo do Brasil, o que envolveu a realização de mais de 100 reuniões preparatórias desde fevereiro para alinhar temas e propostas.
Agenda
Sábado (5/7)
Encontro dos Governadores do New Development Bank (NDB): Reunião anual do conselho do banco do Brics, com foco em inovação, financiamento e cooperação para o desenvolvimento. Participam Ministros, dirigentes do NDB, representantes de bancos multilaterais e da sociedade civil. a Reunião acontece no Hotel Fairmont Copacabana e debate o papel do banco como principal agente de financiamento da industrialização do Sul Global.
Brics Business Fórum: Fórum empresarial com painéis sobre comércio, segurança alimentar, transição energética e economia digital. Participam mais de 1.000 líderes empresariais, autoridades e chefes de Estado, incluindo o presidente Lula. O encontro acontece no Píer Mauá – Armazém 5 e discute plataforma estratégica para o setor privado influenciar decisões políticas do bloco.
Domingo (6/7)
Cúpula do Brics no MAM: O encontro de alto nível entre os líderes dos países-membros para discutir temas globais. Participam Chefes de Estado, chanceleres e o secretário-geral da ONU, António Guterres. A cúpula acontece no Museu de Arte Moderna (MAM), Aterro do Flamengo e haverá discussões sobre saúde global, clima, inteligência artificial, reforma da ONU e financiamento para o desenvolvimento.
Cúpula do Brics no MAM (2° dia): Continuação do encontro de alta representatividade política, culminando em declarações, acordos e o encerramento da cúpula.
As discussões preparatórias já renderam consensos como a necessidade de o NDB ser o principal agente de financiamento da industrialização do Sul Global, além de propostas para criação de uma Parceria para Eliminar Doenças Socialmente Determinadas, estabelecimento de governança internacional para uso ético da IA e um documento conjunto sobre financiamento climático com foco em países em desenvolvimento.
Conselho Popular do Brics
Paralelamente aos eventos oficiais, o Rio de Janeiro sediará a primeira reunião do Conselho Popular do Brics nos dias 4 e 5 de julho, no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio. O espaço foi criado para ampliar a participação da sociedade civil nas decisões do bloco.
O evento reúne movimentos sociais, especialistas e conselheiros dos países-membros para debater temas como saúde, educação, ecologia e segurança. Ao final, um documento com propostas será entregue aos líderes do Brics.
Criado após o Fórum Civil de 2024, o Conselho Popular é considerado um marco na democratização do Brics e busca consolidar sua atuação em todos os países do grupo.
Banco do Brics
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês New Development Bank), conhecido como Banco do Brics, foi criado em 2014 para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do Sul Global.
Com sede em Xangai e presidido atualmente por Dilma Rousseff, o banco já aprovou mais de US$ 32,8 bilhões em financiamentos.
Somente para o Brasil, foram US$ 5,2 bilhões destinados a 31 projetos, incluindo usinas solares e eólicas. O NDB se consolida como uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial, com foco em soluções para os desafios dos países em desenvolvimento.