O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), divulgou neste domingo uma nota dura contra o Palácio do Planalto. Ele afirma que o governo estaria atrasando, de forma deliberada, o envio da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal. Para o parlamentar, a demora interfere no calendário da Casa e tenta atribuir ao Legislativo a responsabilidade por eventuais impasses no processo.
Alcolumbre ressaltou que cabe exclusivamente ao Senado avaliar e decidir sobre a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o STF. Ele rejeitou a narrativa que, segundo disse, tem sido incentivada por setores do Executivo para sugerir a existência de acordos políticos ou condicionamentos para a aprovação do nome indicado.
Na nota, o presidente do Congresso criticou o que chamou de tentativa de distorcer o debate público sobre a relação entre os Poderes. Segundo ele, setores do governo estariam criando a impressão de que divergências institucionais são resolvidas com cargos e emendas. Alcolumbre classificou essa estratégia como ofensiva ao Legislativo e como um método de desqualificar adversários.
O senador defendeu a autonomia dos Poderes e afirmou que nenhuma autoridade pode se colocar acima da outra. O impasse ocorre enquanto o Planalto ainda não enviou a mensagem oficial com a indicação, o que impede o início das etapas formais no Senado, como a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça. O atraso tem sido visto por parlamentares como uma tentativa do governo de calibrar apoios antes de oficializar o processo.
O clima político já era tenso, marcado por divergências sobre pautas econômicas e articulação de emendas. A indicação ao STF ampliou a disputa entre Executivo e Legislativo e aumentou o desconforto entre senadores. O Planalto, por sua vez, ainda não se manifestou publicamente sobre as críticas de Alcolumbre.






