O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou a colegas que sua relação pessoal e institucional com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), está “encerrada”. O rompimento ocorre após a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF, decisão que ampliou o desgaste entre os dois.
Segundo relatos, Alcolumbre se irritou ao saber que Wagner tentava minimizar o desconforto entre ambos. Eles discutiram na semana passada, quando o presidente do Senado disse não querer mais interlocução com o petista. Aliados afirmam que a crise se aprofundou nas últimas horas.
O senador do Amapá entende que Lula tem a prerrogativa de indicar o novo ministro, mas se sentiu traído pela articulação de Wagner em defesa do nome de Jorge Messias. O líder do governo vinha dizendo que eventuais resistências no Senado poderiam ser resolvidas politicamente, o que incomodou ainda mais Alcolumbre.
A tensão cresceu após aliados do PT procurarem o presidente do Senado para saber se o desgaste afetaria acordos internos. Em resposta, ele afirmou que não trocaria uma amizade de 20 anos “pela presidência de nenhum banco”, classificando a suposição como um insulto.
Nos bastidores, a avaliação é de que o afastamento tem contornos definitivos. A crise abre um novo capítulo na disputa interna sobre a vaga no STF e pode impactar a articulação entre governo e Congresso nos próximos meses.






