O almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul responsável pelas operações militares dos EUA na América Latina e Caribe, deixou o cargo nesta quinta-feira (16). Sua saída ocorre em meio à escalada de tensões na Venezuela e expõe divisões internas sobre a condução da ofensiva militar na região.
Holsey divergiu de bombardeios ordenados pelos EUA contra embarcações supostamente envolvidas no tráfico de drogas, que resultaram em pelo menos 27 mortes desde setembro. A Human Rights Watch classificou as operações como “execuções extrajudiciais ilegais”, e o presidente Donald Trump autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, aumentando o temor de intervenção direta.
O almirante, que assumiu o comando em 2024 e já liderou o Carrier Strike Group 1 e o USS Makin Island, expressou reservas sobre a escalada militar e questionou a falta de provas que justificassem os ataques. Apesar da cautela, manteve postura discreta, evitando confrontos públicos com o secretário de Guerra Pete Hegseth e o presidente Trump.
Ao anunciar a aposentadoria, o Departamento de Guerra destacou “décadas de serviço exemplar”, embora fontes relatem que os agradecimentos oficiais mascaram tensões internas sobre o rumo das operações na Venezuela.