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Após denúncias de irregularidades, equipamentos da ouvidoria-geral da Uerj são roubados

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Imagem: Reprodução

Em um cenário em que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está em meio a investigações relacionadas a suspeitas de contratações irregulares, práticas de “rachadinhas” e salários excessivos, ocorreu o roubo de equipamentos da sua ouvidoria.

A sala onde eram conduzidas a recepção e a apuração de irregularidades foi alvo de invasão. No dia 27 de julho, foram subtraídos seis computadores e dois celulares, totalizando uma avaliação de cerca de 20 mil reais. Esses equipamentos eram propriedade da Ouvidoria-Geral da universidade, que vinha recebendo denúncias sobre o que ficou conhecido como “Folha Secreta da Uerj”.

O caso já estava sob investigação pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas. Agora, a invasão se tornou uma questão policial. Dentre os itens roubados, estava um aparelho que servia de canal de contato para denúncias por meio do WhatsApp da ouvidoria. A descoberta da invasão foi feita por um funcionário no dia seguinte ao crime, ao notar uma rachadura e evidências de arrombamento na porta da sala. Dentro do local, as gavetas foram reviradas. Uma análise pericial indicou que a fechadura apresentava sinais de entrada forçada, permitindo o acesso ao espaço. Cabe mencionar que não havia sistema de câmeras de segurança no local. Uma investigação policial foi realizada, inclusive com a coleta de impressões digitais para identificação do autor do roubo.

Segundo o laudo pericial, duas amostras de impressões digitais coletadas poderão ser utilizadas para comparações futuras com outras marcas papilares. Em caso de identificação de um suspeito, esse exame pode desempenhar um papel crucial na determinação da autoria do delito.

A Uerj encontra-se envolvida em denúncias relacionadas à contratação de cabos eleitorais, práticas de “rachadinhas” e remunerações excessivas, algumas até superiores às do próprio governador. Tudo isso tem ocorrido sem a devida transparência. Um dos projetos sob suspeita é o Observatório Social do Segurança Presente, um estudo acadêmico destinado a aprimorar um programa.

Recentemente, foi revelado que esse projeto foi plagiado e retomado com outro nome: Laboratório de Estudos de Abordagem de Proximidade (Labeprox). O coordenador do programa, Oswaldo Munteal Filho, continua no cargo e recebeu vencimentos de R$ 27 mil no último mês, um valor superior ao salário do governador Cláudio Castro. Em abril, ele acumulou ganhos de R$ 44 mil por dois meses, somando um total de R$ 490 mil desde 2021. Esses valores incluem salários duplicados que chamaram a atenção do Tribunal de Contas. Outras duas pessoas que também faziam parte do projeto anterior seguiram no projeto rebatizado e têm salários superiores ao do governador: Glaucia Tomaz de Aquino Pessoa e Mariana Ferreira de Melo.

Além dos salários mensais de 22 mil reais, essas profissionais têm em comum o fato de terem tido relações pessoais com Oswaldo. Mariana, por exemplo, recebeu R$ 257 mil somente em oito meses do ano anterior, divididos em duas remunerações diferentes, totalizando uma média de R$ 32 mil.

O Tribunal de Contas emitiu um voto sinalizando a intenção de suspender o projeto antigo, que já estava interrompido pela própria Uerj. Quanto ao novo projeto, essa decisão ainda não foi tomada. O Tribunal de Contas do Estado informou que está avaliando o programa Observatório Social do Segurança Presente e poderá conduzir uma fiscalização. A administração da Uerj comunicou que acionou a polícia e registrou um boletim de ocorrência assim que tomou conhecimento do roubo dos computadores da ouvidoria. Salientou que, apesar do furto, não houve vazamento ou comprometimento de dados pessoais.

A Uerj negou a existência de salários excessivos no projeto Labeprox. Alegou que os valores estão em conformidade com as novas regulamentações administrativas, que exigem o respeito ao teto constitucional e também a um sublimite para cada projeto.

Em relação às três pessoas mencionadas na reportagem, a universidade afirmou que são professores da instituição, portanto sujeitos ao teto salarial definido pelo Supremo Tribunal Federal, e não ao do governador.