O Clube dos Diretores Lojistas Rio de Janeiro (CDLRio) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) estimam um volume de vendas do comércio varejista entre 2,5% e 3% para o segundo semestre de 2025, inferior aos 4,1% do ano passado.
Em um cenário que inclui possível queda da inflação, estabilidade cambial e talvez a diminuição da taxa Selic, as projeções levam em consideração as datas comemorativas do período – Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal – que normalmente contribuem para elevar o resultado do ano.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, “é evidente que a taxa Selic em 15% reduz o otimismo dos empresários. O Banco Central, ao resfriar a demanda, diminui o ritmo das atividades, o volume dos negócios e investimentos, empregos, renda e consumo. Esse ambinete gera apreensão à medida em que afeta as vendas comerciais. Por isso, o segundo semestre se constituirá numa conjuntura de consumo menos favorecida do que a do ano passado.”
“Nesse contexto, o varejo tem oportunidade de avaliar custos e processos e diversificar fornecedores, além de melhorar a gestão, com maior atenção a estoques e operações de compra. Com o apoio da tecnologia, o setor deve planejar-se para reduzir custos e ser mais eficiente na competitividade, otimizando as vendas”, disse Aldo Gonçalves.
A decisão de manter a Selic em 15% ao ano reiterou a preocupação das autoridades monetárias com a economia aquecida; mercado de trabalho dinâmico e preços resistentes a ceder.
Diante do peso dos juros sobre o ritmo de evolução da economia, a tendência será a criação de menos postos de trabalho, em particular ao longo deste segundo semestre.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, cerca de R$ 11,7 trilhões de PIB. Apenas a variável do consumo das famílias aumentou 4,8% no último trimestre, demonstrando a pujança do mercado interno.
Para 2025, analistas estimam PIB de 2,23%. Relativamente, cada ponto percentual do produto representa R$ 113 bilhões de valor adicionado na economia brasileira. Se repetisse igual desempenho do ano passado (3,4%), o produto ultrapassaria R$ 12 trilhões. Com as projeções em curso, o PIB poderá ficar abaixo, em R$ 11,96 trilhões, e com nível de consumo também menor.