O auxiliar técnico de Renato Gaúcho no Fluminense, Alexandre Mendes, tornou-se réu por violência doméstica e psicológica contra sua ex-esposa. Além disso, a denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e aceita pelo 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar do Foro Central da Comarca de Porto Alegre.
Segundo o MP, Mendes humilhava, constrangia e manipulava a vítima, com quem manteve um relacionamento de seis anos. A denúncia afirma que ele a dopava com medicamentos como Rivotril e Zolpidem durante discussões e, ainda, proferia insultos como “ela não tinha pai nem mãe”, “era dependente emocional dele” e “iria ficar sozinha”.
Em um episódio de 2021, no Dia dos Pais, Mendes teria trancado a mulher em um apartamento no Rio de Janeiro das 11h às 20h, limitando sua alimentação a bolachas. O Ministério Público indica que tais atos levaram a vítima a um quadro de ansiedade e depressão; portanto, enquadram-se no artigo 147-B do Código Penal, que prevê punição de seis meses a dois anos de reclusão e multa, podendo ser maior caso o crime seja mais grave.
Entenda o caso
O processo contra Alexandre Mendes começou em agosto de 2024, quando a ex-esposa registrou um boletim de ocorrência relatando agressões físicas e psicológicas. Na época, a 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) analisou o caso e concluiu pelo não indiciamento de Mendes.
Entretanto, a Justiça alegou falta de provas suficientes para comprovar os crimes denunciados. Como consequência, as medidas protetivas que protegiam a vítima foram arquivadas, deixando o caso sem ações judiciais imediatas. Posteriormente, a 5ª Delegacia Especializada retomou o caso e permitiu a denúncia por violência psicológica.
O juiz, por sua vez, solicitou avaliação psicológica da vítima e, ao mesmo tempo, não requisitou medida protetiva. Além disso, a reportagem procurou a defesa de Alexandre Mendes, que não vai se manifestar sobre o caso até que o processo avance. Até agora, não há datas definidas para as audiências de julgamento. No momento, tanto o Ministério Público quanto a Justiça podem solicitar novas diligências.
*Reportagem: Patrícia Gonçalves/ Agência RTI Esporte