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Bares do Rio registram reação nas vendas de coquetéis após onda de bebida adulterada

Após queda brusca causada pelo medo de metanol, setor investe em marcas próprias e transparência para reconquistar consumidores

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Foto: Reprodução

A circulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol provocou no setor de bares e restaurantes do Rio uma sensação que muitos empresários só associavam à pandemia de Covid-19. Como destacou o jornal O Globo, mesmo sem casos confirmados de intoxicação no estado, o impacto foi imediato: a venda de coquetéis despencou, clientes ficaram apreensivos e o clima de incerteza tomou conta dos estabelecimentos. Agora, com investigações avançando e maior esclarecimento público, o movimento começa a se recuperar.

 

Queda abrupta e retomada lenta

No P’Alma, bar do complexo Casa Horto — que também reúne o Pátio e o Empório 1839 — os efeitos foram sentidos já nos primeiros dias da crise, deflagrada em setembro. O local, que costumava vender cerca de 500 drinques por semana, viu o número cair para apenas 50 logo após as primeiras notícias de intoxicação no país. Com o passar das semanas, a confiança dos frequentadores foi sendo restabelecida, e a casa hoje já se aproxima de 350 coquetéis semanais.

Para atravessar o período mais crítico, o bar direcionou a oferta para opções como Aperol Spritz, menos associadas às bebidas adulteradas. A desconfiança dos consumidores se concentrava principalmente em destilados como vodca e gin — os mais visados pelos falsificadores. Um diferencial da Casa Horto ajudou na reaproximação do público: a produção própria do gin OBY, elaborado artesanalmente com 22 botânicos da Mata Atlântica e usado amplamente nos drinques da casa.

 

Prejuízos generalizados e o papel da desinformação

A retração não ficou restrita a poucos estabelecimentos. De acordo com o presidente do SindRio, Fernando Blower, a crise acabou penalizando justamente quem opera dentro da legalidade.

No Cafofo Pub, em Botafogo, a recuperação ainda é tímida. A casa, que vendia mil coquetéis por semana, hoje comercializa cerca de 500. Nas duas primeiras semanas do episódio, o tombo chegou a 95%. Segundo o empresário Marcos Tulio Filho, um comportamento curioso marcou o início da crise: muitos clientes passaram a pedir cervejas sem álcool, tentando evitar riscos enquanto persistiam as dúvidas sobre a origem das bebidas contaminadas.

 

Marcas próprias ganham força como estratégia de confiança

Entre os bares do grupo responsável pelo Pope, Quartinho e Chanchada — que reúne 11 casas no Rio e se prepara para abrir a trattoria Giancarlo, em Botafogo — o consumo de drinques também sofreu grandes oscilações. O Quartinho, líder em vendas de coquetéis do grupo, caiu de 1.500 unidades semanais para apenas 200 no auge da crise. Atualmente, o número gira em torno de mil.

O episódio acelerou um plano antigo: a criação de marcas próprias de gin, vodca, cachaça e rum, produzidas por terceiros, mas com acompanhamento direto do grupo. A previsão é lançar quatro rótulos até o primeiro semestre do próximo ano.

 

Casos e mortes confirmados no país

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 97 ocorrências de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol. Destas, 62 foram confirmadas e 35 continuam em investigação. O número de mortes chega a 16 — nove em São Paulo, três no Paraná, três em Pernambuco e uma em Mato Grosso. Outros dez óbitos permanecem em análise: cinco em São Paulo, quatro em Pernambuco e um em Minas Gerais.

Enquanto as autoridades aprofundam as investigações e reforçam as ações de fiscalização, bares e restaurantes do Rio trabalham para reverter o abalo na confiança dos consumidores — e torcem para que o pior já tenha ficado para trás.