Mais de 200 embarcações cruzaram as águas da Baía do Guajará, em Belém, nesta quarta-feira (12), durante uma barqueata que marcou o início da Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30. A manifestação reuniu cerca de 5 mil pessoas, entre indígenas, quilombolas, pescadores, agricultores e movimentos feministas, em defesa da justiça climática e social.
O ato encerrou a Caravana da Resposta, que partiu de Sinop/MT e percorreu o chamado “corredor da soja”, denunciando os impactos do agronegócio e das grandes obras sobre territórios tradicionais. Com o lema “a resposta somos nós”, os povos exigem escuta, respeito e soberania popular nas decisões ambientais.
Entre as lideranças presentes, o indígena Bepmoroi Metuktire, do Instituto Raoni, destacou a união entre diferentes povos frente às ameaças aos territórios. Quilombolas também denunciaram a falta de consulta prévia e os impactos da monocultura e dos agrotóxicos sobre comunidades e ecossistemas locais.
Representantes do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais relataram perdas na pesca e agravamento de doenças causadas pelas mudanças climáticas. Já mulheres agricultoras e feministas reivindicaram uma transição justa, com valorização da agroecologia e das soluções comunitárias diante da crise ambiental.
A barqueata simbolizou resistência e solidariedade entre movimentos de base, que buscam ocupar espaços de decisão sobre o futuro climático do planeta. Para eles, justiça ambiental e social são inseparáveis e devem guiar as discussões da COP30 em Belém.






