O Brasil desperdiça diariamente o volume de água tratada equivalente a mais de 6 mil piscinas olímpicas antes mesmo que ela chegue às residências. O dado faz parte do Estudo de Perdas de Água 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados, com base em informações do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA).
De acordo com o levantamento, o país perdeu 5,8 bilhões de metros cúbicos de água tratada em um ano, quantidade suficiente para abastecer cerca de 50 milhões de pessoas. As perdas totais chegam a 40,31% da água produzida, índice muito acima da meta de 25% estabelecida pela Portaria 490/2021 do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
As regiões Norte e Nordeste concentram os piores resultados, com perdas de 49,78% e 46,25%, respectivamente. Estados como Alagoas, Roraima e Acre desperdiçam mais da metade da água que produzem, enquanto Goiás, Distrito Federal e São Paulo registram os melhores indicadores.
O estudo aponta que a maior parte do desperdício está relacionada a vazamentos, erros de medição e ligações irregulares. Só as perdas físicas ultrapassam 3 bilhões de metros cúbicos por ano, volume suficiente para abastecer 17,2 milhões de pessoas que vivem em áreas vulneráveis por quase dois anos. Além disso, o desperdício amplia custos com energia, tratamento, manutenção e captação em mananciais já pressionados pelas mudanças climáticas.
A pressão sobre rios e reservatórios agrava o cenário de secas prolongadas, calor extremo e chuvas irregulares. Para o Trata Brasil, reduzir perdas é uma ação urgente e essencial de adaptação climática, especialmente diante das discussões da COP30. Segundo o relatório, se o país atingisse a meta regulatória de 25%, economizaria 1,9 bilhão de metros cúbicos de água e teria ganho econômico estimado de R$ 17 bilhões até 2033.






