A brasileira Bruna Ferreira, mãe do sobrinho da porta-voz do governo Donald Trump, Karoline Leavitt, recebeu nesta segunda-feira (8) autorização para responder ao processo migratório em liberdade mediante pagamento de fiança. A juíza Cynthia Goodman fixou o valor mínimo de US$ 1,5 mil e o representante do governo Trump não contestou a decisão, reconhecendo que Bruna não representa risco ou chance de fuga. A informação foi divulgada inicialmente pelo The Washington Post.
Bruna estava detida em um centro migratório na Louisiana e agora aguarda liberação após o pagamento da fiança, embora continue sujeita a possível deportação. Ela relatou o desespero no dia da prisão, quando havia acabado de deixar o filho, Michael Leavitt Junior, na escola em New Hampshire. Disse que a imagem do menino esperando na fila do transporte escolar sem ter quem o buscasse não sai de sua mente.
A brasileira afirmou temer ficar anos longe do filho e disse que ele precisa dela “agora, não daqui a 20 anos”. Durante a detenção, Bruna passou por unidades migratórias em quatro estados e acusou o ICE de tratá-la “como gado” nas transferências. Também relatou que, após sua ligação com Karoline Leavitt se tornar pública, virou alvo de curiosidade entre outras detentas.
Bruna contestou declarações de integrantes do governo Trump que afirmaram que ela nunca teria vivido com o filho, classificando as falas como falsas e repugnantes. Ela também disse não ter rompido completamente com Karoline e lembrou que escolheu a porta-voz como madrinha do menino, apesar de hoje considerar que confiou demais na relação.
O ex-companheiro Michael Leavitt negou qualquer envolvimento na detenção e afirmou ao Washington Post que deseja que o filho mantenha vínculo com a mãe. Disse ainda que nunca tentou impedir a convivência entre eles. Para Bruna, no entanto, a repercussão do caso criou uma narrativa que ela disse não compreender e que teme afastá-la ainda mais do filho.






