Primeiramente, a comissão técnica do Flamengo trabalha no sentido de escalar Bruno Henrique contra o Estudiantes, no dia 18 de setembro, no Maracanã. A partida é pelas quartas de final da Copa Libertadores da América.
Entretanto, o atacante está impedido de jogar competições nacionais por conta da suspensão de 12 partidas aplicada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). A punição foi imposta após Bruno Henrique forçar um cartão amarelo em 2023, fato acabou beneficiando apostadores.
O Flamengo considera a pena exagerada e defende a inocência do atleta, enquanto torcedores rivais afirmam que a decisão foi branda. Outros atletas, também acusados de participação em esquemas de manipulação, foram suspensos por até dois anos.
O ponto central está no enquadramento jurídico. O atacante suspenso com base no artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê de seis a 12 jogos de suspensão por “atuar de forma contrária à ética desportiva”.
Ele ficou livre no artigo 243, destinado a manipulação de resultados, com pena de até dois anos. Essa diferença explica por que Bruno Henrique poderá atuar pela Copa Libertadores. da América. A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) não aplica suspensões definidas pelo STJD, a não ser quando se tratam de decisões internacionais. Assim, a restrição atinge apenas competições nacionais, como Brasileirão e Copa do Brasil, salvo se o Flamengo conseguir efeito suspensivo.
Qual foi o argumento do relator do STJD?
No julgamento, o relator Alcino Guedes ressaltou que o atacante não buscou prejudicar o Flamengo. Segundo ele, Bruno Henrique apenas seguiu orientação do clube para cumprir suspensão automática antes do confronto com o Palmeiras. “Não se verifica dolo específico na conduta”, afirmou o relator ao rejeitar pena mais pesada.
A posição do Flamengo também influenciou no resultado. O vice-presidente jurídico, Flávio Willeman, esteve presente no tribunal e defendeu que o cartão não trouxe prejuízo. O advogado Michel Assef Filho reforçou que “se todo cartão amarelo fosse considerado prejudicial, qualquer jogador poderia ser condenado injustamente”.
Em suma, Bruno Henrique ficou em situação diferente de atletas punidos na operação Penalidade Máxima, que envolveu quadrilhas e apostas. Agora, o departamento jurídico rubro-negro aguarda a publicação do acórdão para tentar recurso e manter o atacante disponível também no Campeonato Brasileiro.
*Reportagem: André Luiz Costa/ Agência RTI Esporte