A Câmara do Rio realizou, nesta quinta-feira (4), um minuto de silêncio pelas duas funcionárias mortas no ataque ao Cefet Maracanã. Allane de Souza Pedrotti Matos, diretora pedagógica de 41 anos, e a psicóloga Layse Costa Pinheiro, 40, foram assassinadas por João Antônio Miranda Tello Ramos, ex-servidor da instituição. A irmã de Allane, Alline Pedrotti, esteve presente no plenário durante a homenagem.
A proposta partiu de Monica Benício (PSOL), que utilizou a tribuna para denunciar o aumento da violência contra mulheres no estado. A vereadora citou dados do Observatório do Feminicídio, que registrou mais de 42 mil ocorrências somente este ano. Ela também criticou a defesa da flexibilização do porte de armas, relacionando o ataque ao contexto mais amplo de agressões de gênero.
Durante o discurso, Monica destacou que o feminicídio é um fenômeno que se estrutura desde a infância, em padrões de comportamento que naturalizam a violência contra mulheres. Após o minuto de silêncio, o presidente em exercício, Paulo Messina (PL), prestou solidariedade à família das vítimas. Em nome da Casa, dirigiu palavras de apoio a Alline Pedrotti, reforçando o caráter de feminicídio do caso.
As investigações confirmam que o atirador era CAC e utilizou uma pistola Glock calibre .380, registrada em seu nome. João Antônio já havia tido conflitos com Allane e chegou a persegui-la, segundo relatos de colegas. Ele foi afastado por 120 dias entre 2024 e 2025, recusou realocações e, após perícia psiquiátrica externa, retornou ao trabalho antes do ataque.
No dia do crime, o ex-servidor entrou no Cefet pela manhã sem levantar suspeitas. À tarde, invadiu a sala da Diretoria de Ensino e atirou contra as duas funcionárias. Allane e Layse foram socorridas ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiram aos ferimentos. A Delegacia de Homicídios da Capital segue com as investigações, e o Cefet decretou luto oficial por uma semana.






