Um canudo capaz de detectar a presença de metanol em bebidas alcoólicas está em fase de desenvolvimento por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A previsão inicial é que o produto chegue ao mercado com preço estimado de R$ 2, oferecendo uma ferramenta acessível de prevenção contra intoxicações por bebidas adulteradas.
Segundo o professor Germano Vera, integrante da equipe de pesquisa, o valor é apenas uma projeção inicial, já que o processo de escalonamento e produção em larga escala ainda depende de ajustes técnicos e financeiros. “A perspectiva é produzir com materiais simples e baratos, com resultado rápido e eficiente”, explicou.
O grupo também realiza estudos para importar instrumentos de radiação infravermelha, que permitirão aprimorar a precisão da tecnologia. A pesquisa conta com apoio da Fapesq (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba) e do Parque Tecnológico da Paraíba.
Patente e viabilidade comercial
De acordo com a professora Nadja Oliveira, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, o valor final do canudo só poderá ser definido após o licenciamento da patente. “Ainda não há como falar em precificação da tecnologia, porque a universidade não firmou acordo com nenhuma empresa. O licenciamento é o passo que permite fabricar e vender a invenção”, destacou.
O Ministério da Saúde informou que analisou o projeto em estágio inicial, mas que, atualmente, a pauta está sob responsabilidade do Ministério da Justiça. A pasta confirmou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) estuda formas de implementar o uso dos canudos no país.
Casos de intoxicação por metanol
O alerta para o consumo de bebidas adulteradas cresce junto com os números de contaminação. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 47 casos confirmados de intoxicação por metanol e nove mortes — seis em São Paulo, duas em Pernambuco e uma no Paraná.
No total, 104 notificações foram registradas até o último dia 20, sendo 57 ainda em investigação. O estado de São Paulo concentra o maior número de casos confirmados (38) e investiga outros 19.
Autoridades reforçam o alerta para que os consumidores evitem bebidas de procedência duvidosa e denunciem possíveis casos de adulteração.






