A concessão dos serviços de saneamento do Rio de Janeiro enfrenta nova crise após o Tribunal de Contas do Estado suspender um acordo de R$ 900 milhões entre o governo, a Cedae e a Águas do Rio. A medida foi tomada após indícios de que os dados usados no edital de 2021 estariam inflados, o que teria impactado propostas e metas. O Ministério Público abriu inquérito para investigar um possível dano ao erário.
Relatórios do BNDES já apontavam inconsistências nos números antes do leilão, mas o edital seguiu sem correções. As concessionárias alegam que a cobertura de esgoto é muito menor que a projetada e pedem reequilíbrios financeiros que somam mais de R$ 2,7 bilhões. Em municípios como Magé e Queimados, o índice real é 0%, embora o edital previsse até 90%.
A mudança de posição da Cedae em poucos dias, passando de oposição ao acordo para aceitação, gerou desconfiança entre técnicos e sindicatos. O TCE citou falta de transparência e ausência de parecer jurídico no processo. O MP-RJ apura se houve coação de diretores e prejuízo público.
O governo estadual defende que o termo é preliminar e busca evitar aumento de tarifas. Já a Cedae afirma não ter sido notificada oficialmente. As concessionárias dizem seguir os contratos e apontam a necessidade de ajustes diante das divergências.