A disputa presidencial chilena confirmou o cenário previsto pelas pesquisas e levou Jeannette Jara e José Antonio Kast ao segundo turno marcado para 14 de dezembro. O país volta às urnas para decidir entre projetos opostos em um dos pleitos mais polarizados desde a redemocratização.
Com mais de 75% da apuração, Jara tem 26% dos votos e Kast, 24. Nenhum dos oito candidatos superou os 50% exigidos para vitória imediata, o que força uma nova rodada com apenas os dois nomes mais votados.
Jara, ex-ministra do Trabalho e integrante do Partido Comunista, aposta em uma plataforma social que reúne crescimento econômico com inclusão e continuidade das reformas trabalhista e previdenciária aprovadas em sua gestão. Ela enfrenta o desafio de superar o desgaste do governo Boric, marcado por críticas na economia e na segurança.
Kast, que já disputou a Presidência em 2021, voltou com campanha centrada no combate ao crime organizado, no endurecimento das políticas migratórias e na redução de gastos públicos. Ele tenta capitalizar o avanço da direita, que também deve ampliar espaço no Congresso renovado nesta eleição.
O pleito teve como destaque o retorno do voto obrigatório, que gerou longas filas e ampliou a participação. Mais de 15 milhões de chilenos estavam aptos a votar e alguns centros estenderam o horário de funcionamento devido à alta demanda.
O presidente Gabriel Boric manteve postura de neutralidade institucional e pediu que o segundo turno transcorra com respeito. Após os resultados preliminares, parabenizou os dois candidatos e afirmou que o futuro do país depende do compromisso democrático.
O Chile decide seu próximo presidente em 14 de dezembro, em uma disputa que definirá também o rumo político de um país ainda marcado por tensões sociais e desafios econômicos.






