A China saiu em defesa do Brasil após os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, anunciarem uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em pronunciamento feito nesta quinta-feira (11), a porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, classificou a decisão como um “abuso de tarifas” e criticou o uso político da segurança nacional como justificativa.
— A posição da China é muito clara. Sempre nos opusemos ao uso excessivo do conceito de segurança nacional como pretexto para medidas comerciais. Guerras tarifárias não têm vencedores, e o abuso de tarifas não interessa a ninguém — afirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
A reação do governo chinês ocorre após Trump intensificar ataques ao Brasil, especialmente após a Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho. Na ocasião, o ex-presidente dos EUA demonstrou preocupação com a aproximação do Brasil com o bloco e chegou a ameaçar tarifas de até 10% para países membros ou que se alinhem ao grupo.
Além disso, Trump saiu publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugerindo que a atual postura do Brasil nos fóruns internacionais representa um afastamento dos interesses americanos.
O Palácio do Planalto ainda não se manifestou oficialmente sobre as sanções comerciais, mas autoridades brasileiras consideram acionar fóruns internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), para contestar a nova taxa imposta pelos EUA.