O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ultrapassou as fronteiras políticas do estado e ganhou projeção nacional após a megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no fim de outubro. Antes visto como um político de alcance regional, Castro — em seu segundo mandato — consolidou-se como o principal nome entre os governadores de direita que integram o Consórcio da Paz, criado para coordenar ações conjuntas de combate ao crime organizado.
Segundo a pesquisa Genial/Quaest de novembro, Castro conseguiu “furar a bolha” e se tornou o governador mais bem avaliado entre os participantes do grupo conservador.
De acordo com o levantamento, 24% dos brasileiros apontam Castro como o governador que mais se destacou em ações de segurança pública. Ele é seguido por Tarcísio de Freitas (SP), com 13%, e Ronaldo Caiado (GO), com 11%. Já Romeu Zema (MG) tem 5%, Jorginho Mello (SC), 3%, e Celina Leão (DF) e Eduardo Riedel (MS) registram 2% cada. Outros 31% não souberam responder.
A operação nos complexos da Penha e do Alemão, considerada a mais letal da história do Rio, foi o ponto de virada na imagem pública do governador. A ação mobilizou centenas de agentes das polícias Civil e Militar e resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. Apesar das críticas de entidades de direitos humanos e de setores progressistas, 67% dos brasileiros aprovaram a operação, segundo pesquisa anterior da mesma Quaest, e o mesmo percentual acredita que a polícia não exagerou no uso da força.
O saldo político dessa percepção impulsionou Castro, que passou a ser visto como símbolo da ofensiva conservadora contra o crime organizado. Analistas apontam que o tema da segurança pública ganhou centralidade no debate nacional e ajudou a projetar o governador como um dos principais nomes da direita no país.
O Consórcio da Paz, formado por governadores alinhados ao campo conservador, busca articular ações de segurança e estratégias de enfrentamento às facções criminosas. A pesquisa mostra, porém, que o grupo divide opiniões: 47% dos entrevistados veem motivações políticas na aliança, enquanto 46% acreditam que ela pode reduzir efetivamente os índices de criminalidade.
Com essa visibilidade, o Rio de Janeiro volta ao centro da pauta de segurança nacional. A ascensão de Castro, isolado na liderança, contrasta com o desempenho discreto de nomes como Caiado e Zema, reforçando seu papel de protagonista entre os governadores conservadores.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 7 e 10 de novembro, com 2.004 entrevistas presenciais em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.






