A Polícia Federal identificou uma expansão inédita do Comando Vermelho fora do Brasil. De acordo com dados revelados pela Folha de S. Paulo, a facção atua em ao menos oito países da América do Sul, consolidando-se como peça-chave no escoamento de drogas para Europa e África. A rede se fortaleceu por meio de parcerias com grupos locais que utilizam a estrutura do CV para transportar drogas e armas.
A facção mantém presença na Venezuela, Colômbia, Peru, Argentina, Suriname, Paraguai e Bolívia. Investigadores apontam que o avanço internacional só foi possível graças ao domínio das principais rotas do tráfico dentro do Brasil. Esses corredores são usados para levar entorpecentes produzidos em países andinos a portos estratégicos que abastecem mercados estrangeiros.
Segundo a PF, o Comando Vermelho atua principalmente como operador logístico, oferecendo segurança, armazenamento e transporte para organizações internacionais. No Rio de Janeiro, o grupo controla áreas próximas a corredores portuários, enquanto no Pará disputa rotas essenciais de saída da Região Norte. Parte da cocaína colombiana entra no país pelas vias fluviais do Amazonas, e a droga peruana costuma chegar via Bolívia e Paraguai, muitas vezes em aeronaves clandestinas.
A facção também mantém conexões com máfias estrangeiras, entre elas a italiana ’Ndrangheta, uma das mais poderosas do mundo. A PF explica que grandes “brokers” do narcotráfico contratam serviços das facções brasileiras conforme a região onde necessitam de logística. O modelo fortalece a presença do CV e amplia seu alcance no mercado internacional.
Além do tráfico de drogas, a atuação internacional do CV alimenta o mercado brasileiro de armas. Investigações como a Operação Dakovo revelaram a entrada de milhares de armas por rotas clandestinas, envolvendo lideranças como Fhillip da Silva Gregório, o Professor. No Paraguai, a facção mantém domínio territorial consolidado e disputa áreas estratégicas com o PCC, reforçando sua influência na produção e transporte de drogas.






