Uma convergência incomum de três ciclones entre o Sul e o Sudeste Asiático provocou chuvas intensas, enchentes devastadoras e deslizamentos em larga escala. O cenário extremo afetou milhões de pessoas e deixou mais de 1,2 mil mortos em países como Sri Lanka, Indonésia, Tailândia, Vietnã e Malásia. Autoridades classificam a situação como um dos piores eventos climáticos da região nas últimas décadas.
Segundo centros meteorológicos, o ciclone Senyar, formado de maneira rara no Estreito de Malaca, atuou simultaneamente ao tufão Koto e ao ciclone Ditwah. A interação entre os três sistemas ampliou a circulação de ventos e transportou grandes quantidades de umidade do oceano para o continente. O encontro desses fenômenos potencializou as tempestades tropicais e gerou um volume de chuva muito acima da média.
O episódio ocorreu em plena estação das monções, período já marcado por precipitações intensas. Mas, desta vez, as águas do mar estavam mais quentes do que o normal, ultrapassando 26,5°C. Esse aquecimento acelerou a evaporação, alimentou as tempestades com energia adicional e favoreceu a intensificação dos ciclones, segundo especialistas em clima.
Os impactos foram mais severos no Sri Lanka e na Indonésia, que registraram centenas de mortos, desaparecidos e cidades inteiras submersas. Militares e equipes de resgate continuam atuando em áreas isoladas, muitas delas ainda inacessíveis. Em Colombo e em regiões remotas da Indonésia, bairros permanecem alagados, enquanto autoridades tentam restabelecer serviços básicos.
Governos locais também alertam para riscos prolongados, já que a destruição atingiu regiões densamente povoadas, vulneráveis a enchentes e à elevação do nível do mar. Especialistas afirmam que eventos dessa magnitude tendem a se tornar mais frequentes diante do aquecimento global. A extensão total dos danos só deve ser conhecida nos próximos dias, enquanto buscas seguem por centenas de desaparecidos.






