A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados visitou, nesta quinta-feira (30/10), o posto de atendimento do Detran e o Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML) no Rio. Os parlamentares Chico Alencar, Glauber Braga, Tarcísio Motta e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) acompanharam as famílias e apontaram a desinformação e a morosidade dos agentes públicos no local.
Segundo os deputados, o Estado deveria ter uma estrutura melhor para atender as famílias.
“Estamos cobrando a lista completa dos mortos. Até nas guerras, os direitos de sepultar os seus mortos é assegurado”, disse Chico Alencar. “Não pensaram no pós, tanto que a cidade virou um caos. Já que eles [Estado] tinham a intenção de matar, que preparassem uma estrutura para acolher as pessoas. Os familiares estão vivendo uma segunda perda”, completou.
Todos defendem a necessidade de uma perícia externa. “É preciso ampliar o acompanhamento externo na perícia. A falta de informação é programada. Eles já sabiam e propuseram uma chacina, sabendo que não tinha perícia e profissionais para dar conta do número de mortos. Então, só com as perícias externas as informações vão começar a circular melhor!”, pontua o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). “Viemos pessoalmente entender o motivo das perícias externas não acompanharem e trabalharem nesse processo”, concluiu.
De acordo com o deputado federal Chico Alencar, na reunião com o diretor do IML, André Medeiros, 121 corpos deram entrada no Instituto Médico-Legal (IML). Todos já passaram por necropsia, 15 liberados ontem, 24 hoje e 21 prontos para serem liberados.
Reunião na Alerj
No inicio da noite, após a vista ao IML, parlamentares e representantes do Governo Federal se reuniram na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O encontro foi convocado pela Comissão de Direitos Humanos da Casa legislativa fluminense.
“A liberação dos corpos é morosa. Os corpos já estão fendendo. Não há geladeiras suficientes”, disse a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Dani Monteiro (Psol). “Nosso papel é não naturalizar a barbárie. Não foi só uma megaoperação, mas uma chacina. Se há tráfico e organizações criminosas, isso é por ausência do Estado”, completou.






