Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) reagiram, na sessão de quarta-feira (13/08), aos ataques do governador Cláudio Castro (PL). Na segunda (11), a corte já havia divulgado uma nota respondendo às falas do chefe do executivo fluminense, por causa da suspensão da construção da Estação de Tratamento Guandu 2, em Nova Iguaçu.
Um dos conselheiros a falar sobre o caso foi Thiago Pampolha, que até maio era vice de Castro e foi indicado pelo próprio governador ao TCE. Ele cobrou do mandatário que reconheça ter agido de forma equivocada. “Nesse episódio, ele precisa reconhecer que agiu de forma equivocada. O que nós queremos e exigimos é o respeito”, disse.
Presidente do TCE, Márcio Pacheco também lamentou as falas do governador. Castro iniciou na carreira política como assessor de Pacheco, antes de ser vereador do Rio, vice-governador e, por fim, autoridade máxima do estado. “É uma corte centenária que prima pela defesa do direito, da legalidade, mas também pelo respeito à ordem pública”, afirmou Pacheco.
Já Rodrigo Melo Nascimento, ex-presidente do TCE, foi mais veemente. Ele afirmou que as falas de Castro atentaram contra o conselheiro Christiano Lacerda Ghuerren — que suspendeu a obra de Guandu 2 e foi o principal alvo do ataque — e à institucionalidade do tribunal. “Caso eu fosse o relator do processo, teria decidido exatamente da mesma forma. Reafirmo meu repúdio aos termos empregados na manifestação dirigida ao conselheiro substituto, na forma de ataques pessoais”, pontuou Nascimento.
Ataques de Castro
O governador Cláudio Castro fez um duríssimo discurso, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (08/08), contra o conselheiro do TCE Christiano Lacerda Ghuerren, que suspendeu a licitação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) para a construção da nova estação de tratamento de água em Nova Iguaçu, conhecida como Guandu 2.
“Por politicagem, ele suspendeu a obra. E nós temos que criar uma punição severa para aqueles que prejudicam o povo por causa de politicagem. O único órgão que não tem previsão de punição nenhuma é o Tribunal de Contas. É uma sacanagem com o povo da Baixada Fluminense suspender uma obra de R$ 2 bilhões com o dinheiro em caixa, com financiamento, e que vai ajudar quatro milhões de pessoas”, disse o governador, muito irritado.