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COP30 encerra negociações com avanços em adaptação e novos caminhos para transição energética

Presidência brasileira destaca “passos firmes” em temas sensíveis, como combustíveis fósseis, financiamento e inclusão de grupos vulneráveis

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Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) foi encerrada neste sábado (22/11) com a Presidência brasileira apontando progresso em temas considerados centrais para a agenda climática global. Entre os avanços destacados estão novas ferramentas internacionais para implementação de políticas, o fortalecimento da pauta de adaptação e a construção de caminhos para a transição para longe dos combustíveis fósseis.

Em coletiva após o fim das negociações, o embaixador André Corrêa do Lago, a secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, a negociadora-chefe Liliam Chagas e a ministra Marina Silva detalharam os principais resultados. Corrêa do Lago lembrou que a COP começou sob forte pressão e que o pacote de adaptação — inicialmente composto por mais de 100 indicadores — foi reduzido a 59. “Havia consenso para apenas 10% deles. Reorganizamos as métricas e seguiremos discutindo o tema em Bonn, em junho”, afirmou.

No eixo energético, o embaixador disse que o debate sobre o fim da dependência dos combustíveis fósseis ganhou força com o posicionamento do presidente Lula, o que permitiu que a questão se tornasse “agenda estruturante”, apesar da ausência de consenso. A presidência brasileira continuará reunindo estudos e ações que contribuam para orientar países no afastamento gradual desses combustíveis.

A secretária-executiva Ana Toni avaliou que a COP30 conseguiu “consensos em um tema tão difícil” e avançou para uma agenda de implementação concreta. Ela destacou a apresentação de 120 planos de aceleração — envolvendo combustíveis comerciais, carbono e indústria verde — e a aprovação de 29 documentos. “Não demos todos os passos que queríamos, mas demos passos firmes”, afirmou. Toni também ressaltou a elevação inédita da agenda de adaptação, com a meta de triplicar o financiamento internacional até 2035, e chamou atenção para a inclusão de mulheres e meninas afrodescendentes na agenda climática, além do fortalecimento da pauta oceânica.

A negociadora-chefe Liliam Chagas disse que os países mais vulneráveis conseguiram articular posições conjuntas e que o conjunto de indicadores aprovado servirá como referência para medir avanços. Ela anunciou ainda o reforço do Acelerador Global de Ação Climática, que funcionará como espaço permanente para impulsionar medidas fora do eixo formal de negociações. Outro destaque foi a criação de um fórum internacional para tratar da relação entre comércio e clima, considerada estratégica para o Brasil. Segundo Chagas, a conferência também consolidou inovações políticas relevantes, como o reconhecimento de grupos afrodescendentes como vulneráveis e o fortalecimento do papel das terras indígenas na proteção de sumidouros de carbono.

A ministra Marina Silva enfatizou que o discurso do presidente Lula impulsionou a agenda de mitigação e permitiu articulá-la à adaptação. Para ela, países ricos já têm caminhos claros para a transição energética, mas nações pobres ou dependentes do petróleo ainda aguardam diretrizes há décadas. “É fundamental criar condições para que esses países construam suas bases após mais de 30 anos esperando respostas”, disse. Marina lembrou ainda da necessidade de avançar no compromisso de fim do desmatamento e destacou o novo mecanismo TFF, que busca transformar a lógica de financiamento climático ao estimular que investimentos públicos alavanquem recursos privados.

Ao ser questionada sobre o legado da COP30, Marina afirmou que a conferência ampliou a compreensão pública sobre mudanças climáticas e destacou as contribuições do conhecimento produzido pelos povos amazônicos, que vivem desafios como isolamento e dificuldade de acesso a serviços básicos. “A Amazônia não recebe apenas um legado, mas oferece um legado”, disse. Para a ministra, a região revelou ao mundo “uma explosão de vida e beleza” capaz de reposicionar o debate ambiental em um patamar de sensibilidade e urgência.