O plano de trabalho da CPI do Crime Organizado, apresentado pelo relator Alessandro Vieira (MDB-SE) e aprovado pelo colegiado no Senado, prevê a convocação de governadores e ministros para prestar esclarecimentos sobre a atuação de facções criminosas no país. Entre os nomes citados estão Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jerônimo Rodrigues (PT-BA), além dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa).
De acordo com o documento, a prioridade da comissão será o rastreamento de esquemas de lavagem de dinheiro e a infiltração de facções em setores legais da economia, como o mercado de combustíveis, o garimpo, o setor imobiliário e a indústria de bebidas. O plano propõe um diagnóstico detalhado da estrutura do crime organizado, com foco em falhas operacionais e possíveis mudanças na legislação e no orçamento da segurança pública.
Instalada nesta terça-feira, a CPI será presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), com Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como vice e Alessandro Vieira na relatoria. A eleição da mesa foi vista como uma vitória da base governista, que vinha sendo pressionada pela oposição na pauta da segurança pública.
Entre os eixos temáticos, o plano inclui lavagem de dinheiro e finanças ilícitas, ocupação territorial, corrupção, sistema prisional, crimes digitais, terrorismo doméstico e integração entre órgãos de segurança e Forças Armadas. O relator defende o fortalecimento da cooperação nas fronteiras e o aprimoramento das políticas de repressão e prevenção.
Os pedidos de informação incluem dados da Polícia Federal, Receita Federal, Coaf, Banco Central e dos ministérios da Justiça e da Defesa, além de relatórios do CNJ, CNMP e TCU sobre investigações e repasses federais. A comissão também deve ouvir representantes de órgãos de controle, pesquisadores e gestores estaduais de segurança pública.






