A entrada de celulares, drogas e outros ilícitos nas penitenciárias do Rio ganhou um novo elemento de preocupação: o uso de drones para lançar contrabando sobre os muros das unidades. A prática, antes rara, tem crescido e se somado às tradicionais tentativas de visitantes que escondem objetos em alimentos, calçados e itens de limpeza. Para a Seap, trata-se de um desafio que exige monitoramento permanente.
Casos recentes mostram a expansão da rota aérea entre 2020 e este ano, com drones interceptados em Campos, Volta Redonda e outras unidades. Equipamentos transportavam desde pequenas porções de drogas até celulares e carregadores. A secretária Maria Rosa Nebel afirma que a vigilância foi intensificada e que a pasta atua de maneira integrada com outras forças para coibir esse tipo de ação.
Mesmo com o aumento do uso de drones, houve queda nas apreensões internas: entre janeiro e setembro, foram interceptados 66,3 quilos de drogas e 1.858 celulares, número bem inferior ao de 2024. A Seap atribui a redução ao fortalecimento do Grupo de Intervenção Tática, aos escâneres corporais e à ampliação dos bloqueadores de sinal nas unidades.
O governo do estado também investe em um sistema integrado para bloquear celulares, internet e drones, com implantação prevista para todas as 49 unidades prisionais até 2027. As primeiras instalações começaram no Complexo de Gericinó, por meio de um contrato de R$ 431,5 milhões que inclui locação, manutenção e suporte técnico pelos próximos anos.
Além da tecnologia, a Seap enfrenta episódios envolvendo servidores e visitantes. Há registros de tentativas inusitadas com chinelos adulterados, caixas de leite e até grandes volumes de contrabando, como o caso de novembro no Presídio Nelson Hungria. A pasta reforça que investigações internas estão em andamento e que a maioria dos policiais penais atua com seriedade.






