O aumento expressivo de acidentes envolvendo motociclistas no Rio de Janeiro levou o deputado estadual Claudio Caiado (PSD) a cobrar medidas imediatas do governo estadual. Em ofício encaminhado à Secretaria de Estado de Polícia Militar, o parlamentar pediu ações urgentes e mais duras de fiscalização e repressão aos infratores que circulam em alta velocidade, sem habilitação e em desrespeito às leis de trânsito.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que 21 mil motociclistas foram atendidos na rede pública da capital em 2025, um salto de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. A média atual é de quase 80 feridos por dia nas unidades municipais, número que acendeu o alerta entre autoridades e especialistas em segurança viária.
Caiado classificou a situação como uma “epidemia sobre duas rodas”, que tem transformado ruas e avenidas em “pistas de risco”, especialmente nas zonas periféricas, mas já atingindo também áreas centrais da cidade. “Há bairros inteiros onde o barulho das motos e as manobras perigosas já fazem parte da rotina dos moradores. A sensação é de impunidade. Não podemos aceitar que a vida de trabalhadores, idosos e crianças seja colocada em risco por irresponsabilidade e omissão do poder público”, afirmou o deputado.
Ele citou o caso recente de Pedra de Guaratiba, em 9 de novembro, quando um morador morreu em um acidente envolvendo motociclistas em situação de risco elevado. Para ele, tragédias como essa refletem um sistema falho de fiscalização e a falta de controle sobre condutores sem habilitação. Caiado defende a criação de operações permanentes de fiscalização nas vias de maior movimento e blitzes integradas para verificar habilitação, documentação, condições dos veículos e uso de equipamentos de segurança.
O parlamentar também propõe parcerias com prefeituras e órgãos municipais de trânsito para mapear os “pontos quentes” de infrações e direcionar ações com base em dados reais, além da publicação de relatórios periódicos com informações sobre abordagens, autuações, apreensões e acidentes evitados. “É uma mistura perigosa de pressa, despreparo e impunidade. A cidade virou um campo minado, e a sociedade está refém da imprudência”, afirmou.
O tema ganhou mais força após o líder do governo na Alerj, Rodrigo Amorim (União Brasil), declarar que o Estado começará a realizar operações específicas contra motociclistas em situação irregular. A fala reforçou a expectativa de que as cobranças do Legislativo possam se traduzir em ações concretas da Polícia Militar e do Detran. Caiado disse que continuará acompanhando de perto a resposta do governo e defendeu uma política de segurança viária mais moderna e rigorosa. “Não é apenas uma questão de trânsito. É uma questão de segurança pública. Quem anda de moto com responsabilidade precisa ser protegido — e quem desafia a lei precisa sentir o peso dela. A vida não pode continuar sendo o preço da imprudência”, concluiu o deputado.






