Depois de ficar parada em 2023, a desigualdade de renda voltou a cair em 2024 e atingiu o menor nível da série histórica, segundo a nova Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. O índice de Gini passou de 0,517 para 0,504, resultado impulsionado tanto pela melhora do mercado de trabalho quanto pela ação de programas sociais que elevaram a renda das faixas mais baixas. Ainda assim, o Brasil continua entre os países mais desiguais do mundo.
O levantamento mostra que, sem benefícios sociais, o Gini seria 7,5% maior. A renda dos 40% mais pobres cresceu 4,3% em 2024, enquanto a dos 10% mais ricos caiu 3,2%. Na comparação direta, os mais ricos ganham 3,3 vezes mais que os mais pobres, proporção menor do que a registrada no ano anterior. Entre 2023 e 2024, quem mais sentiu melhora foram os grupos de menor renda: os 10% mais pobres tiveram aumento de 13,2%, enquanto o topo da pirâmide avançou apenas 1,6%.
Mesmo com a queda, o cenário internacional coloca o Brasil entre os países com maior disparidade de renda dentro da OCDE, atrás apenas da Costa Rica. Para o IBGE, a combinação de mercado aquecido, crescimento de 3,7% na renda do trabalho e reforço dos programas sociais ajudou a reduzir pobreza e extrema pobreza, impulsionando a queda recente na desigualdade.






