O diretor-executivo da Rio Ônibus, Paulo Valente, afirmou que a cidade registrou um recorde histórico de coletivos sequestrados e utilizados como barricadas durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte.
Segundo Valente, mais de 50 ônibus foram tomados por criminosos e usados para bloquear vias, além de 120 linhas que precisaram ser desviadas de suas rotas originais — o maior número já registrado. “Esse é o dia em que houve o maior número de ônibus utilizados em barricadas de toda a história, assim como de linhas desviadas também”, declarou.
A situação chegou a tal ponto que a própria Rio Ônibus decidiu interromper a contagem dos veículos sequestrados. Em nota, a entidade afirmou que “não há mais como apurar todas as ocorrências” devido à alta recorrência dos casos em diferentes pontos da cidade. A empresa destacou ainda que a mobilidade urbana foi gravemente afetada, com interrupções em várias regiões.
Além dos bloqueios, o diretor relatou que duas empresas receberam ameaças diretas de criminosos. Motoristas foram orientados a recolher os veículos no fim da tarde, temendo uma nova onda de ataques. “Temos relatos de que rodoviários nos pontos finais foram alertados para recolher os ônibus, sob ameaça. É um espectro de toque de recolher”, disse Valente.
A megaoperação que motivou a escalada da violência teve como objetivo impedir o avanço do Comando Vermelho na região. Segundo o governador Cláudio Castro, o balanço parcial aponta 56 suspeitos e quatro policiais mortos, 81 presos e 76 fuzis apreendidos.
Com a cidade sob tensão e o transporte público comprometido, o episódio reforça o impacto direto da guerra entre facções no cotidiano do carioca. O sequestro em massa de coletivos não apenas paralisa a mobilidade, mas evidencia o poder do crime organizado sobre territórios inteiros da capital fluminense.






