O clima esquentou nas Laranjeiras após a informação de que a Superbet teria oferecido um patrocínio de R$ 200 milhões anuais ao Flamengo, valor que pode chegar a R$ 1 bilhão em três anos caso metas sejam atingidas. A quantia representa quase quatro vezes mais do que o contrato vigente com o Fluminense, assinado há pouco mais de um ano, que prevê pouco mais de R$ 50 milhões por temporada — e ainda condicionado a conquistas como títulos e vaga na Libertadores.
Nos bastidores tricolores, dirigentes e conselheiros influentes interpretaram a proposta como uma provocação e defendem que o clube adote postura firme para não ser visto como coadjuvante. A pressão recai sobre o presidente Mário Bittencourt, com pedidos para romper imediatamente com a Superbet caso o acordo com o Flamengo se concretize. A principal barreira é a multa prevista em contrato, cujo valor não foi divulgado.
O cenário traz lembranças de 2015, quando o então presidente Peter Siemsen rompeu com a Adidas após críticas internas pelo fato de o Flamengo receber mais da fornecedora alemã. A troca pela canadense Dryworld, apresentada como muito mais lucrativa, terminou em fiasco: promessas descumpridas, patrocínio encerrado em menos de um ano e processo milionário. Na época, Mário Bittencourt, então advogado do clube, votou a favor da mudança. Hoje, no comando do Fluminense, ele enfrenta dilema semelhante — mas com a caneta e a responsabilidade de definir o futuro da parceria.