O Censo 2022 revela que 64,6% dos moradores de favelas, cerca de 10,4 milhões de pessoas, vivem em trechos de vias sem ao menos uma árvore em área pública. Fora das favelas, a proporção recua para 31%, evidenciando desigualdade territorial. Os dados constam do suplemento Favelas e comunidades urbanas: características urbanísticas do entorno dos domicílios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a análise, o IBGE considerou apenas árvores públicas com pelo menos 1,70 metro de altura e vias como becos, vielas, escadarias e palafitas, sem contabilizar vegetação em quintais.
Distribuição de árvores nas favelas:
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Uma a duas árvores: 17,8% dos moradores
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Três a quatro árvores: 7,1%
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Cinco ou mais árvores: 10,5%
Comparação com fora das favelas:
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Moradores com cinco ou mais árvores: 33,5%
Por tamanho da comunidade:
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Favelas com até 250 habitantes: 45,9% moram perto de árvore
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Favelas com mais de 10 mil habitantes: 31,8%
Maiores favelas do país:
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Rio das Pedras (RJ), quinta maior: 3,5% dos moradores com árvore em frente de casa
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Sol Nascente (DF), segunda maior: 70,7% dos moradores com árvore em frente de casa
Presença de bueiros nas favelas:
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45,4% dos moradores têm bueiro no trecho da via em que moram
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Fora das favelas, a proporção sobe para 61,8%
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Favelas com até 250 habitantes: 38% com bueiro próximo
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Favelas com mais de 10 mil habitantes: 54,1% com bueiro próximo
O chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Filipe Borsani, ressalta a importância da arborização urbana, especialmente em tempos de aquecimento global, para conforto térmico e melhoria do ambiente urbano. Durante a COP30, o Ministério do Meio Ambiente lançou o Plano Nacional de Arborização Urbana, visando aumentar a cobertura vegetal das cidades.






