O dólar operou em queda nesta quinta-feira (23/10), influenciado pela expectativa do mercado financeiro em torno do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, que acontece no próximo fim de semana, na Malásia. A reunião deve discutir temas comerciais e diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos.
Às 11h05, a moeda norte-americana registrava queda de 0,3%, sendo negociada a R$ 5,381. Mais cedo, chegou à máxima de R$ 5,402 e à mínima de R$ 5,379. Na véspera, o dólar havia encerrado o dia em leve alta de 0,13%, cotado a R$ 5,396. No acumulado de outubro, a moeda ainda tem ganho de 1,4%, mas perde 12,67% frente ao real em 2025.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), também operava em alta. Às 11h11, avançava 0,52%, aos 145,6 mil pontos, impulsionado por expectativas de melhora nas relações comerciais entre Brasil e EUA e pelos resultados positivos de empresas listadas.
O mercado acompanha atentamente o encontro entre Lula e Trump, que deve tratar do tarifaço imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros. Atualmente, as tarifas sobre parte das exportações nacionais chegam a 50%, e o governo brasileiro espera uma revisão ou redução dessas taxas.
O diálogo entre os dois líderes vem sendo costurado há semanas pelas chancelarias dos dois países, com intermediação do chanceler Mauro Vieira e do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio.
Além da reunião, investidores repercutem as falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que afirmou, durante viagem à Indonésia, que o BC está “bastante incomodado com a inflação e as expectativas desancoradas”. O IPCA acumulado em 12 meses está em 5,17%, acima da meta oficial de 3%, o que deve manter os juros elevados — atualmente em 15% ao ano.
No cenário externo, persistem as incertezas quanto à guerra comercial entre EUA e China, e há expectativa de um possível encontro entre Trump e Xi Jinping nas próximas semanas, o que também influencia o humor dos mercados.
Com a combinação de fatores políticos e econômicos, o mercado financeiro mantém uma postura de otimismo cauteloso, acompanhando a movimentação diplomática entre as maiores economias do mundo e os desdobramentos da política monetária brasileira.






