O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira (14) que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, tenta impedir que a direita conquiste maioria no Senado em 2026. A declaração ocorre após a Primeira Turma da Corte formar maioria para recebê-lo como réu sob acusação de coação. Outros ministros, como Flávio Dino e Cristiano Zanin, também votaram pelo recebimento da denúncia.
Eduardo disse ser alvo de perseguição política e afirmou que o caso distorce sanções impostas pelos Estados Unidos durante o governo Trump, que, segundo ele, não estavam sob sua responsabilidade. “Como crime de coação exige meio ilícito, e a Lei Magnitsky é legal nos EUA, não poderia ser acusado disso. Magnitsky eu não assino”, declarou em vídeo divulgado nas redes sociais.
O deputado comparou sua situação à do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado e cumprindo prisão domiciliar, classificando o processo como uma “gambiarra jurídica”. Ele disse que vê uma tentativa de torná-lo inelegível, seguindo padrão semelhante ao aplicado ao pai. “Já fizeram isso com meu pai e agora querem fazer comigo”, afirmou.
A acusação envolve Eduardo Bolsonaro e o empresário Paulo Figueiredo, que teriam articulado ações junto ao governo dos EUA para tentar interferir em processos do ex-presidente no STF. Segundo a Procuradoria-Geral da República, os atos configurariam crime de coação ao tentar favorecer interesses externos no Judiciário brasileiro.
O caso foi desmembrado: Eduardo foi intimado por edital por dificultar o andamento da ação, enquanto Figueiredo, residente nos EUA há mais de dez anos, será notificado via cooperação internacional. Nesta fase, o STF avalia se há indícios mínimos para abertura da ação penal. Com a confirmação da maioria formada nesta sexta, Eduardo se tornará réu e responderá às acusações da PGR.






