O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (08/09) que países que compõem o Brics são “vítimas” de práticas comerciais ilegais e “chantagem tarifária”.
Ele deu as declarações durante reunião virtual com líderes do Brics – bloco composto por países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O discurso do petista foi divulgado pelo Palácio do Planalto.
O encontro foi comandado por Lula, já que o Brasil está no comando rotativo do bloco. Segundo o Planalto, participaram da cúpula virtual governantes de China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, além de representantes de outros países. “Nossos países se tornaram vítimas de práticas comerciais injustificadas e ilegais. A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, disse Lula, segundo a transcrição divulgada à imprensa.
Conforme o Planalto, o presidente brasileiro afirmou na reunião que o comércio e a integração financeira entre os países do Brics “oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo”.
Para o petista, o cenário internacional está em “crescente instabilidade” passados dois meses da cúpula que o Brics realizou no Rio de Janeiro. Nesse período, por exemplo, entrou em vigor a sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos, determinada pelo presidente Donald Trump. Já a Índia foi sobretaxa por conta do Comércio com a Rússia.
De acordo com o pronunciamento divulgado pelo Planalto, o petista não mencionou os EUA na reunião desta segunda-feira. “Sanções secundárias restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos”, disse Lula, que acrescentou:
O petista voltou a defender a reforma de organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o Brasil iniciou um processo de consulta para tentar negociar com os EUA um recuo no tarifaço.
Em nota, o Planalto disse que os líderes dos países do Brics também discutiram “riscos” de medidas unilaterais e formas de ampliar a parceria e o comércio no bloco. “A reunião foi também ocasião para compartilhar visões sobre como enfrentar os riscos associados ao recrudescimento de medidas unilaterais, inclusive no comércio internacional, e sobre como ampliar os mecanismos de solidariedade, coordenação e comércio entre os países do BRICS”, diz trecho da nota divulgada pelo governo brasileiro.