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Empresa irá captar R$ 3,8 bilhões e investir em saneamento básico no Estado do Rio

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Foto: Reprodução

A empresa Iguá Saneamento anunciou nesta semana a maior emissão incentivada da história do setor de infraestrutura do país, no valor total de R$ 3,8 bilhões em debêntures, para facilitar investimentos em saneamento básico no Rio de Janeiro.

Desse total, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá comprar R$ 1,8 bilhão, o que representa quase a metade (47%). O restante foi distribuído para o mercado, entre investidores profissionais e qualificados. Segundo fontes a par da operação, a demanda chegou a quase R$ 5 bilhões.

No Brasil, as debêntures são uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio de títulos. Com esse instrumento, as empresas conseguem arrecadar dinheiro para investimentos que julguem necessários, sem ter que recorrer a empréstimos bancários. Do outro lado, os investidores concordam em receber o valor aportado com acréscimo de juros anos depois. Por não ser um investimento garantido e estar sujeito ao risco de inadimplência ou falência dessas empresas, o retorno oferecido costuma ser maior do que em outros investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto.

Na última terça-feira (27), o presidente do banco, Aloizio Mercadante, já havia comentado que se preparava para executar uma transação de grande porte. O apoio do BNDES nesse caso funciona como um selo de qualidade e segurança, atraindo atenção de outros investidores do mercado financeiro, já que a instituição costuma fazer análises aprofundadas antes de financiar projetos.

No caso da emissão feita pela Iguá, que teve coordenação de diversas instituições financeiras, incluindo a XP, BTG, Bradesco, Itaú, UBS-Banco do Brasil e Banco Votorantim, o BNDES terá retorno de IPCA+7,97% em uma operação com prazo de 29 anos. A taxa é mais vantajosa que a praticada pelo banco na maior parte das concessões de crédito, em que são aplicadas a taxa de longo prazo (TLP), equivalente a IPCA + 5,69% a.a.

Além disso, essa modalidade de financiamento permite que o BNDES não comprometa em caráter definitivo ou de longo prazo os seus recursos. Caso apareçam novas demandas para financiamento, a instituição pode vender as debêntures no mercado para liberar espaço em sua carteira.

No passado, o BNDES já foi alvo de muitas críticas por executar um grande volume de operações com juros subsidiados com recursos do Tesouro Nacional. Devido às taxas incompatíveis com o mercado, havia dificuldade para transacionar os créditos.

Segundo analista da VG Research, Luan Alves, a compra das debêntures da Iguá pelo BNDES é positiva para a instituição:

— É uma operação assertiva, tem excelente rentabilidade, e a empresa não tem um grande problema de endividamento.

Ele ainda comenta que o financiamento via debêntures teve impulso a partir do governo do ex-presidente Michel Temer, mas ganhou desconfianças após a crise das Americanas e o pedido de recuperação judicial da Light. Por isso, acredita que o apoio do banco como investidor líder contribui para a retomada do mercado de capitais.

A Iguá Rio de Janeiro faz parte do grupo Iguá Saneamento, responsável por 15 contratos de concessão, além de três contratos de Parcerias Público-Privadas, atendendo a mais de 7 milhões de pessoas em seis estados do país.

O objetivo é que os recursos liberados sejam aplicados em saneamento, inclusive na revitalização do complexo de lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. A emissão, que recebeu o selo de debênture sustentável, categoria específica para projetos que geram impactos sociais e ambientais positivos, prevê a universalização dos serviços de saneamento para cerca de 1,2 milhão de pessoas que moram em Miguel Pereira, Paty do Alferes e 18 bairros da capital até 2033. Cerca de 30% da população residente nessas localidades não têm tratamento de esgoto adequado.