Os equatorianos começaram a votar neste domingo em um referendo que decide sobre o retorno de bases militares estrangeiras e a elaboração de uma nova Constituição. As propostas fazem parte da estratégia do presidente Daniel Noboa para endurecer o combate ao crime. O pleito ocorre em meio ao avanço da violência no país.
A votação envolve quase 14 milhões de pessoas e acontece sob tensão após bombardeios dos Estados Unidos a barcos suspeitos de tráfico no Caribe e no Pacífico. Logo no início do processo, Noboa anunciou a prisão do líder da gangue Los Lobos na Espanha. O presidente reforçou que a decisão nas urnas simboliza a defesa da democracia.
A gestão de Noboa divide opiniões, especialmente em comunidades afetadas por crises recentes. Moradores reclamam da falta de segurança e de serviços básicos, como saúde, e veem o referendo como forma de protesto. Outros apoiam a promessa de mão dura para enfrentar grupos criminosos que expandiram seu poder nos últimos anos.
Além das bases militares e da nova Constituição, o referendo inclui o fim do financiamento público a partidos e a redução do número de congressistas. Pesquisas apontam vantagem do “sim”, com apoio acima de 61%. Noboa também destacou a captura de Wilmer Chavarría, o “Pipo”, ligado ao cartel Jalisco Nueva Generación.
Especialistas alertam que a presença militar estrangeira não resolverá a crise de segurança e pode gerar novos conflitos. Para críticos, os Estados Unidos têm interesse estratégico em áreas como Galápagos, o que preocupa parte da população. Noboa mantém alta aprovação e se consolida como aliado próximo do governo Trump na região.






