Um levantamento da Oxfam Brasil revelou que o financiamento climático no país é insuficiente e desigual. O relatório Encruzilhada Climática indica que as lacunas orçamentárias aprofundam desigualdades raciais, de gênero e territoriais, afetando principalmente comunidades vulneráveis.
As regiões Norte e Nordeste, com maiores índices de pobreza e população preta, parda, indígena e quilombola, são as mais expostas a secas e enchentes. A diretora da Oxfam, Viviana Santiago, afirmou que o país enfrenta um “racismo ambiental evidente” e defendeu que não há transição justa sem enfrentar desigualdades históricas.
Segundo o estudo, apenas 12% dos R$ 185 bilhões previstos no Plano Plurianual 2024-2027 para ações climáticas são voltados à adaptação. Em 2023, o meio ambiente recebeu apenas 0,34% do orçamento federal, enquanto setores como agricultura e transporte concentraram os maiores valores.
O relatório defende medidas como priorizar recursos para adaptação, garantir participação de povos tradicionais nas decisões e condicionar o crédito rural a práticas sustentáveis.