Um estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) aponta que, dos 15,5 milhões de jovens de 7 a 16 anos que recebiam o Bolsa Família em 2012, 10,3 milhões (66,5%) conseguiram deixar o programa até 2024, indicando melhora na ascensão socioeconômica. Por outro lado, 5,2 milhões permaneceram na rede, evidenciando a persistência de condições de pobreza.
Segundo o IMDS, a transferência de renda é essencial para o alívio imediato da pobreza, mas precisa ser complementada por políticas de educação, saúde e geração de emprego para promover mobilidade sustentável. Paulo Tafner, presidente do instituto, ressalta que o caminho para sair da pobreza depende da escolaridade dos pais, infraestrutura local e políticas públicas integradas.
O levantamento mostrou ainda que 7,6 milhões de jovens deixaram completamente o Cadastro Único, indicando trajetórias de ascensão socioeconômica mais expressivas. Famílias com responsáveis mais escolarizados e rendimentos maiores apresentaram maior probabilidade de desligamento, enquanto baixa escolaridade dos jovens aumentou a permanência no programa.
Desigualdades regionais também foram observadas: Sul, Sudeste e Centro-Oeste registraram maiores taxas de saída, enquanto Nordeste e parte da Amazônia Legal mantiveram maior proporção de jovens no CadÚnico. O estudo evidencia que fatores históricos e socioeconômicos locais influenciam significativamente a mobilidade social.