O governo federal confirmou que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos continuam submetidas ao tarifaço, apesar da redução anunciada por Donald Trump. A informação foi detalhada pelo presidente interino e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, em Brasília. Segundo ele, o recuo norte-americano representa avanço, mas não encerra o impasse comercial.
Alckmin lembrou que os EUA retiraram a tarifa extra de 40% sobre 238 produtos agrícolas, antes somada à alíquota de 10%, o que dificultava a entrada de parte da produção no mercado norte-americano. Com isso, o índice de itens afetados caiu de 36% para 22%. Ainda assim, setores estratégicos seguem enfrentando barreiras e dependem de novas tratativas diplomáticas.
A decisão tem efeito retroativo a 13 de novembro, data da reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O encontro discutiu caminhos para aliviar tensões comerciais e ampliar isenções. Produtos como café, cacau, açaí e fertilizantes foram liberados, enquanto segmentos de maior valor agregado permaneceram na lista de sobretaxas.
Com a retroatividade, empresas poderão pedir reembolso dos valores pagos indevidamente. Documentos oficiais norte-americanos atribuem a flexibilização às conversas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O governo brasileiro apresentou sua primeira proposta formal para destravar o acordo ainda no início de novembro.
Enquanto seguem as negociações, o Executivo manterá apoio aos setores prejudicados pelo tarifaço. O programa Brasil Mais Soberano continuará oferecendo crédito e incentivos fiscais para compensar perdas de competitividade, com previsão de R$ 40 bilhões em linhas de financiamento. O governo afirma que o diálogo com Washington permanece aberto e sem temas restritos.






