Uma ex-aluna de Medicina da Unirio fechou um acordo de reparação com o Ministério Público Federal após ser identificada fraude em sua entrada na universidade. Ela ingressou em 2018 usando uma vaga de cota racial ao se declarar negra, apesar de ser branca. Para manter o diploma, aceitou pagar R$ 720 mil em 100 parcelas mensais e participar de um curso de letramento racial oferecido pela instituição. O acordo foi formalizado por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
O valor pago será destinado ao financiamento de bolsas para estudantes negros que ingressarem pelo sistema de cotas no curso de Medicina, além de custear o próprio curso de letramento racial. A formação terá 60 horas, sendo 45 teóricas e 15 práticas, e exigirá presença mínima de 75%. A partir de 2026, a ex-aluna deverá cumprir todas as etapas do programa como parte das obrigações do TAC.
O caso foi descoberto em um processo administrativo interno da Unirio e levou a uma revisão das regras de seleção. Desde 2023, a universidade adotou banca de heteroidentificação para validar as autodeclarações raciais. Como medida de reparação, também criou 15 novas vagas afirmativas no curso de Medicina para candidatos pretos ou pardos. O episódio é considerado um dos mais graves casos de fraude em cotas já registrados no país.






