O ex-auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo, Artur Gomes da Silva Neto, está em fase final de negociação de um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual. Apontado como o principal alvo da Operação Ícaro, ele é suspeito de ter recebido cerca de R$ 1 bilhão em propinas de empresas como Ultrafarma e Fast Shop.
Segundo o Estadão, os relatos de Artur já somam mais de 30 anexos, cada um detalhando supostos esquemas de corrupção, pagamentos ilícitos e nomes de empresários e servidores envolvidos. Em troca de benefícios judiciais, o ex-auditor se comprometeu a entregar provas e documentos que comprovem as denúncias.
A investigação aponta que o esquema pode ter movimentado até R$ 11 bilhões, por meio da liberação irregular de créditos tributários e ressarcimentos de ICMS-ST. Os controladores da Fast Shop confessaram o pagamento de R$ 400 milhões em propina a Artur, além de firmarem acordo para quitar multas de R$ 100 milhões.
Artur ocupava cargos estratégicos na Fazenda paulista e teria usado uma empresa de consultoria registrada em nome da própria mãe como fachada para movimentar os valores. O MPE agora revisa todos os processos em que o ex-auditor atuou, o que pode implicar outros fiscais e empresários no esquema.
A delação, que deve ser formalizada nos próximos dias, tem provocado apreensão nos bastidores da Secretaria da Fazenda, onde o alcance das revelações pode expor um dos maiores escândalos de corrupção já registrados no Fisco paulista.
				





