A família de Juliana Marins foi à Justiça a fim de realizar uma nova autópsia no corpo da jovem, morta após cair da trilha do cume do Monte Rinjani, na semana passada.
“Com o auxílio do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança (GGIM) da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia”, informou Mariana Marins, irmã de Juliana.
O Plantão Judiciário da Justiça Federal, no entanto, declinou de tomar a decisão, o que caberá ao “juiz natural” — já sorteado para apreciar o caso.
O corpo de Juliana ainda está na Indonésia, aguardando o translado.
Autópsia em Bali
A 1ª autópsia foi realizada na quinta-feira (26/06) em um hospital de Bali, logo depois que o corpo foi retirado do Parque Nacional do Monte Rinjani. De acordo com o exame, a brasileira morreu por causa de múltiplas fraturas e lesões internas, não sofreu hipotermia e sobreviveu por 20 minutos após um trauma.
As informações foram passadas na sexta (27) pelo médico-legista Ida Bagus Putu Alit, em uma entrevista coletiva no saguão do Hospital Bali Mandara.
“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata. Por quê? Devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas — praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax. [Ela sobreviveu por] menos de 20 minutos”, disse o médico.
A divulgação do exame foi criticada pela família de Juliana. Mariana Marins disse que a família foi chamada ao hospital, mas a coletiva de imprensa aconteceu antes.
“Caos e absurdo. Minha família foi chamada no hospital para receber o laudo, mas, antes que eles tivessem acesso a esse laudo, o médico achou de bom tom dar uma coletiva de imprensa para falar para todo mundo que estava dando o laudo antes de falar para minha família. É absurdo atrás de absurdo e não acaba mais”, afirmou Mariana.
Translado incerto
Neste domingo (29/06), a família fez um apelo à companhia aérea Emirates, em Bali, para confirmar o voo que levará o corpo da vítima de volta ao Rio de Janeiro.
“Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro). Porém, a Emirates não quer confirmar o voo! É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana pra casa!”
Mariana disse que o translado estava confirmado para as 19h45 de domingo no horário de Bali (8h45 no horário do Brasil). No entanto, houve mudanças repentinas.
“Misteriosamente, a parte do porão de carga ficou “lotada”, e a Emirates disse que só traria Juliana em outro voo se fosse até São Paulo. Que não se responsabilizaria pela chegada dela no Rio”, afirmou Mariana.
“Parece proposital, já que o embalsamamento tem apenas alguns dias de validade. O medo é que em nova autopsia descubramos mais coisas? Está muito difícil”, desabafou.
A Emirates informou que está apurando o caso.